domingo, maio 31, 2009

Serralves em festa

Na visita à Casa de Serralves, e aos seus belos jardins, senti-me atraído pela visão que tinha no fundo do meu horizonte, à medida que me ia aproximando sentia o agradável cheiro a mel, até que bem perto vi as quatro colmeias que formavam aquele pequeno e organizado apíario.
Regalei-me a ver aquelas abelhas a trabalhar, quem podia imaginar um apíario no coração de uma cidade, e ainda bem, as hortas e árvores de fruto estão bem entregues nas patas e asas daquele tão importante polinizador.
Creio que existe uma pequena oficina de demonstração para os mais novos, onde estes devem aprender algo sobre o verdadeiro fabrico do mel.

Quadros limpos de cera

Com a ajuda da água aquecida pelo sol, os restos de cera despegam-se facilmente dos quadros, ficamos com o material completamente limpo e pronto a ser de novo utilizado.
Sentado numa cadeira e debruçado sobre aquele malote de plástico, fui removendo e limpando quadro após quadro, a ranhura da superfície superior longitudinal é a zona com mais dificuldade, mas sai bem. Aproveitei e apanhei um pouco de sol.

quinta-feira, maio 28, 2009

Cera (restos)

Aproveitei terem dito que hoje era o dia mais quente do ano, e coloquei alguns quadros na água aquecida pelo sol, para assim derreter os pedaços de cera que ficaram pegados durante a cresta.
Num malote de plástico com água e com um vidro a cobrir, e é só esperar o resultado final.

segunda-feira, maio 25, 2009

Café com mel

Já tinha ouvido falar...
apeteceu-me provar...
e é recomendável.

À antiga

Eu e a Eila (minha nova prensa) tivemos o gosto de produzir um maravilhoso néctar, à moda antiga. Depois de desopercular a cera e de a separar dos quadros foi toda prensada, espremida até não dar mais gota de mel, entretanto já ouvi de tudo, o trabalho que vou ter em colocar de novo a cera, que a prensa não é a mais apropriada, o custo não compensa a cera perdida, bla bla bla, bla bla bla...
Uma coisa é certa e confirmada, para os não apreciadores de mel a distinção que ouvi é que é doce, :) para apreciadores e habituados referem que tem um paladar bem diferente, mais a saber a cera, é um mel não oxigenado, mais viscoso, mais refinado, é um mel à antiga, vou deliciar-me com ele até durar.
Os nossos pais e avós espremiam o mel até com as mãos, com a introdução de maquinaria no sector, foi-se perdendo esta prática, sou apologista de que se encontre no mercado dois tipos de mel, para aqueles que só o consomem quando constipados e sem querer saber da origem, e para os verdadeiros apreciadores de néctar, aqueles que o fazem pelo verdadeiro avaliar do paladar.

Macedo 23-05-2009

Macedo de Cavaleiros, carinhosa terra que tão bem nos soube acolher.
O primeiro aniversário do Forumeiros contou com um sem número de pessoas, aficcionados, profissionais, curiosos, amigos, espertos, novos, jovens e menos jovens, todos partilhava-mos a arte e o gosto pela apicultura.
A empresa situada na região, Macmel, que sabiamente apostou e acreditou nestas pessoas, estas que conseguiram levar o projecto avante.

Logo de manhã, mal raiou o sol, peguei no carro, tinha o Mestre Duarte e o primo Manel como companhia, Macedo era o destino. Lá, no encontro, foi um centro de aprendizagem, uma aula bem aprendida, um convívio, uma oportunidade, um local a voltar.

Tive a ilustre oportunidade de conhecer finalmente o Mestre Pífano, excelente pessoa, grande conhecedor da arte da apicultura, excêntrico, amigo do ambiente e das abelhas, grande orador com traquejo suficiente para encaixar as palavras certas diante de ouvidos mais ou menos cultos.

Durante o almoço senti-me tão pequenino ao ouvir conversas de outros apicultores "as minhas cento e tal colmeias no apiário (X)", " as minhas trezentas e tal colmeias não deram tanto mel este ano", para não desmoralizar pensei, bem, o que têm eles em colmeias tenho eu em mesmo número em abelhas.

Que o ano próximo nos traga outro aniversário, que uma chuva caia sobre Macedo e regue o rosmaninho que tanta falta faz ao sector.

quarta-feira, maio 20, 2009

Eila

Prensa:
Aperta... roda... desaperta... desenrosca... espreme...
Pronta para trabalhar.



Tenho pena de não ter sido via Beesiness

sexta-feira, maio 15, 2009

60 minutos de sabedoria

Um amigo especial, apiterapeuta de renome, Ernesto, fez chegar até mim um vídeo que é de todo uma obra prima, é um caminho que deve de ser tomado por todos os apicultores, inverter este processo de lucro desenfreado sem olhar às consequências.
O combate à varroa sem químicos e de forma natural, o bem estar da colmeia com abelhas tranquilas e satisfeitas, são algo que podemos aprender e praticar.
Nós, os apicultores, vivemos na "sombra", e ninguém se rala, nem querem saber quem trata da polinização que origina os alimentos que comemos no nosso dia a dia, não, eu não quero nenhuma medalha, tem gente muito mais capaz e dedicada que eu, o exemplo está nestes 60 minutos que vos convido a ver e a deliciar a alma com eles.

Pedi autorização aos autores para colocar o vídeo no blog, além de afirmativa, foi também satisfatória, deu para perceber perfeitamente que estão em luta, e que existe algo que tem de ser mudado.




Agradecimentos:

Ernesto, pela divulgação
Lucío Hernández, Pela autorização.
Stephan, Pela autorização e pela força ( "Solo luchando juntos lo conseguiermos.")

domingo, maio 10, 2009

A Saca-rolhas

Foi a saca-rolhas mas lá consegui tirar o Xico de casa, a Inês veio por simpatia, que no princípio estava um pouco reticente, mas no fim já sabia muito bem diferenciar a rainha de uma obreira, sobre mim caía uma saraivada de porquês, que atentamente ia respondendo como podia e conseguia.
O meu espanto foi quando ela quis ter uma abelha na mão, parecia tão corajosa e destemida, valeu-nos o provisório e doce temperamento das guerreiras, causado por valentes baforadas de fumo saídas do fumigador.
Parece-me que ficamos com mais uma adolescente admiradora de vedetas com duas asas, o Xico também ficou fascinado, e a Avó Júlia queria que três abelhas me ferrassem por não a ter levado também neste passeio com a neta ver as lindas voadoras.
É um universo em que toda a gente fica grata por poder conhecer mais sobre este misterioso e encantado mundo. Quando nos deixamos embalar pela sua história, pelos seus movimentos e comportamentos. A terapia apícola está num nível bem mais acima do explicável.



Não superou

A primeira colecta de pólen não superou as expectativas, a mais notável floração não a pude aproveitar por adversas razões, ou tínhamos chuva e mau tempo ou eu não estava disponível para o poder fazer, agora as árvores já apresentam fruto, a próxima floração será de flora silvestre, o que conferirá outras cores mais garridas ao conjunto de preciosos grãos.
Todo ele tem um paladar melífero, é bem agradável prová-lo assim ainda em fresco.

sexta-feira, maio 08, 2009

Dos pequeninos

Colmeia com tais dimensões, as abelhas no mínimo pareciam pombos, o ferrão seria à escala tamanho broca de vazar paredes, não obrigado!!, deixai-vos estar pequeninas, que assim tendes mais piada.
Como que por magia, entrei sem pagar bilhete, num tipo de, "Portugal dos Pequeninos", mas invertido, pois o minúsculo era eu, hilariante foi o pensamento anterior que me transportou para momentos de puro riso, o barulho das asas de um enxame igualava a concentração Motard de Faro, os pequenos grãos de pólen seriam transportados em mochilas,... não obrigado!!!, Deixai-vos estar pequeninas que sois mais maleáveis. E por ai fora fui acrescentando situações à escala real, a única que ganhava era na quantidade de mel, até me imaginei numa piscina a dar braçadas no peganhento e no doce, creio que foi a única vez que não me importei de beber um pirolito.

Acrescentar os parabéns pela vistosa maneira do fabricante, em trocar um símbolo pelas banais palavras que toda gente sabe ler.




Colmeia lusitana, é o meu modelo por eleição.

quinta-feira, maio 07, 2009

...mas...

Quase que corria tudo como planeado, o Xico foi convidado, mas desmarcou-se no ultimo momento, (medo de sei lá o quê) ops, não era para dizer, preferiu ficar confinado a quatro paredes com os seus bits e bytes a tentar violar sistemas e redes, (ops, não era para dizer)... enfim.
Desloquei-me ao fornecedor habitual, juntei mais um prazer, conduzir, fora dos semáforos, fora do pára arranca, a estrada é plana com curvas suaves, pouco acentuadas, no meu lado direito a visão sobre o Douro, o seu reflexo do sol encanta, com a mão de fora sentia o ar quente entre os dedos, sempre com uma velocidade dentro dos limites, parecia um instruendo da condução, não queria ficar de novo sem aquele documento que me permitia tal prazer dentro da lei.
Com as contas feitas, a minha apicultura está longe de ser auto-sustentável, mais um naco de notas mudaram de mão assim num ápice, Encontrei um Mestre, trocamos palavras de ordem e sorte para os apíarios de ambos, é sempre bom trocar experiências.
E por fim lá estava eu no reino dos invertebrados, pouco tempo depois desliguei a ficha que me liga à realidade, entrei no mundo das abelhas, ouvimos Faith no More, e todos dançamos e cambaleamos ao som da música, elas pareciam gostar, ainda pensei que as abelhas eram roqueiras, terminei todas as tarefas a que me tinha proposto, embora tenha deixado ficar as novas colmeias ligeiramente inclinadas para a frente, ficaram protegidas das formigas, era o mais importante.
Coloquei a rede nos capta-pólen, já se habituaram aquele extra, em cinco minutos já se via grãos na gavetinha.
Consegui ver uma rainha que andava sobre os favos ás voltas e contra voltas, a cera estava pouco puxada, ainda tinha pouco alvéolos formados, deveria de andar a ver de sitio para a postura.
Dentro em breve terei que crestar o mel, e talvez terei uma segunda cresta.
Ainda não consegui ter um "desvio" para uma explanada, uma noite de "copos" ou emprego que consiga igual tal preenchimento da alma...mas...

terça-feira, maio 05, 2009

Mas...

Amanhã, com o raiar do dia, conto passar algum tempo no apíario junto das minhas belas listadas meninas, descomprimir de uma ou outra situação, absorver a sua terapêutica força positiva, vou inspeccionar as suas reservas de ouro líquido, puro e saudável, verei se já está pronto para crestar, observarei alguns dos seus mais pedagógicos comportamentos, não me importarei sem dúvida de uma ou outra ferradela, que o seu saudável veneno percorra o meu corpo de forma penosa e electrizante.
Deixarei entrar nos meus pulmões o ar puro, e o agradável aroma das mesmas plantas em que elas poisam, e que sabiamente polinizam e onde recolhem o precioso e fundamental néctar.
Compartilhamos a mesma cumplicidade, decerto que já me devem de conhecer pelas feições do rosto, e pelos actos dos meus comportamentos apícolas.
O dia promete sol e calor, o que a sua actividade será excessiva, não me renderei no abafo do fato de protecção.
Já que disponho de tempo tentarei contemplar-me com a rara visão sobre uma nobre rainha, tímidas por certo, mas sou obstinado, então observarei o seu belo e esguio físico e o seu andar vaidoso sobre o doce do seu reino.
Não passa de um querer, temos sempre contratempos e algo que nos desfaz os planos, mas...

sexta-feira, maio 01, 2009

Capta-Pólen

O tempo parece que já vai melhorar, sol e calor é o que nós queremos, optei então para colocar dois capta-pólen em duas colmeias de população enfurecida, as meninas precisam de se habituar ao novo extra nas suas habitações, (é tipo uma varanda para elas), só depois de uns dias de experiência com o novo acessório é que vou colocar a rede e retirar algum pólen.

Para os colocar nas colmeias tive de as reter no interior, enquanto martelava os pregos de fixação, mal as soltei pareciam o diabo em fúria, mesmo com o fato vestido senti ferradelas sobre a roupa.





Passei esta tarde pela Apinor, falei com a Dona Fátima, que me deu um inquérito de um estudo da Universidade Católica para preencher, creio que todas as associações dispõem deste formulário, quem o quiser preencher é dirigir-se à associação mais próxima.

Aumento da Família

Mais dois novos enxames fazem parte da família, o Sr. Manuel com o seu jeito e dedicação teve a hombridade de me avisar, embora um tenha sido ele a apanhá-lo, muito se diverte ele com as abelhas.
Mesmo com o dia de chuva as abelhas enxamearam, espectáculo, um enxame poisou numa ramada de uma Japoneira, o outro poisou num arbusto de jardim, foi já no final do dia que me pude deslocar ao local, e mesmo abanando o arbusto não conseguia ver as meninas, não se mexiam por nada, até que por fim, afastadas umas folhas lá estava a pinha de abelhas juntinhas umas às outras como se estivessem protegendo do frio.

Já no núcleo pude observar com mais atenção o comportamento de bater frenético das asas, descrito anteriormente pelo Mestre Pifano, a maneira de usarem a Glândula de Nasonoff, não podia ter nada a ver com a ventilação, pois o núcleo estava aberto e elas estavam mesmo na parte de cima dos quadros.

O outro enxame por ter uma população bastante grande decidi colocá-lo directamente numa colmeia.
O tempo passava e a escuridão tomava conta do local, ficou o trabalho a meio, vou precisar de protege-las também das formigas.