quinta-feira, outubro 29, 2009

Visitas diferentes


A visita ao apiário Ferradela, desta vez foi feita com um casal amigo, Sr. Pereira e Dona Júlia.

Além de eu estar maravilhado a relatar o que sei de apicultura e o que sinto pelas abelhas, o seu sentimento era igual em ouvir e perceber todo o seu processo, desde a larva, a abelha, passando pela alimentação, o própolis, o pólen, o mel e muitos outros aspectos e temas que fomos descortinando.

Tentamos ver uma abelha rainha, mas sem sucesso, como sempre digo são tímidas. A Dona Júlia só queria brincar com o fumigador e dar valentes baforadas como os índios, o Sr. Pereira ia ouvindo e tentava juntar o que já sabia com o que eu lhe dizia.

Em resumo e no geral foi uma tarde bem passada,  que terminou com uma colheita de maças no pomar.



 

terça-feira, outubro 27, 2009

Traça, Praga maldita

Depois dos gelos, das neves, das chuvas, da loque, da varroa, dos incêndios, o Outono chegou, mas a sua vinda foi só parcial, a falta do frio da época acusa a proliferação da traça, um pouco por todo o lado se ouve e se lê relatos mais ou menos demolidores.

É um bicho tramado que em condições normais não causa transtorno nas colmeias, mas com climas anómalos a seu favor acaba por se tornar numa praga, alimenta-se da cera puxada, tece uma teia entre quadros, provoca mau estar nas colónias, e o resultado é o abandono das colmeias e a morte de umas quantas abelhas.
A nossa Apis melífera, sentindo pragas invasoras, resiste e luta a todo o custo (até à morte), é uma das suas condições de vida, faz parte do seu design.

Para haver abandono das colmeias deve e tem que ser algo superior, encaminho-me mais em crer na debilidade de enxames pequenos em que, na falta de quadros preenchidos dá espaço no interior da colmeia para as pragas se movimentarem livremente e por vezes sem serem detectadas.

Em resumo, lamento as perdas tendo agora que as recuperar.


terça-feira, outubro 06, 2009

Bebedouro


Bebedouro para as Abelhas, quase que diria que é igual ao que se usa com as aves, como por exemplo as galinhas, mas este é das abelhas, muito útil durante o Verão, principalmente nos dias secos, onde as reservas de água podem estar a centenas de metros. Ora bem, esta é a minha teoria: caso a água esteja longe e o dia for quente e seco, quando a abelha chegar à colmeia, além de fatigada só vai chegar com metade da carga, a não ser claro que essa água seja ingerida e depois regurgitada como o néctar, mas seja qual for a pratica utilizada, é sempre melhor ter o liquido por perto, eu também não gosto nada de fazer longas distancias só para ir tomar um café...
Outubro veio igual como todos os anos, chuva aqui chuva ali, agora é retirar o bebedouro e guarda-lo para o próximo Verão.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Bahh...

Cada vez mais rara a minha postagem de conteúdos no blog, cada vez mais rara a utilização da Internet para pesquisar e partilhar assuntos sobre as abelhas, mas essas as minhas meninas, pouca culpa têm no cartório, trabalham o que podem. No apiário do pomar estou a preparar-me para a segunda cresta, mesmo assim, pouco mais de uma alça completa por colmeia é o que me espera, o que é ridículo, inaceitável, entre outras palavras mais escandalosas.

Na semana passada houve mais uma baixa no efectivo, numa colmeia já bastante velha (reaproveitada) um conjunto de borboletas expulsou o enxame, fazendo casulos e teceu uma espécie de seda no interior da colmeia, algumas abelhas estavam mortas, prisioneiras naquele emaranhado, mas a maioria conseguiu abandonar, era um enxame novo, daqueles de Maio, só espero que tenha conseguido sobreviver noutro sitio qualquer.

Outro assunto, além do ano ter sido péssimo, claramente péssimo, rogo aos "cravas" que parem de tentar sacar o tal frascosinho de mel, ditando palavras doces, palmadinhas nas costas e sorrisos rasgados.
Epah, quando não dá... não dá!

segunda-feira, agosto 03, 2009

Menos do mesmo

Cresta na Urze 2009:
Uma desgraça.
Este ano foi uma desgraça na produção de mel, sempre que abria uma colmeia e lhe retirava os quadros sentia um aperto no coração, pouco mais de duas alças completas de mel por colmeia era o balanço inicial, foi mesmo uma produção mínima, não tenho memória de um ano tão fraco.
O Mestre Duarte já me tinha dito que este ano a coisa ia ser bastante má, nunca pensei que pudesse vir a ter razão até eu ver e sentir tudo aquilo.
As constantes gargalhadas nas crestas anteriores foram agora substituídas por simples sorrisos (amarelos) sem mínima de piada.
A culpa, essa morre sempre solteira, o ano foi fraco na floração, o frio foi até bastante tarde, gelos que apareceram sem pedir licença, neves fora de época, e para rematar os malditos fogos que pintaram de negro grande parte da paisagem.
Por fim, e já na melaria a maior parte dos bidons permaneceram intocáveis, não havia mel para lhes deitar para dentro.
Nem me deu para tirar fotografias, nem gozar do momento, só queria acabar a cresta e sair dali.

Aparte de tudo, valeu pelo convívio, a coesa equipa de sempre, deu conta do recado, apesar de termos começado mais tarde, acabamos mais cedo, tivemos um principiante, Paulo, que nem uma ferradela levou (desilusão a minha) lol, por mim não provaria o mel, lol.





domingo, julho 26, 2009

Cerificadora solar

A pegar na ideia e no engenho que o Mestre Pífano tinha no seu Monte do Mel, recorri a alguns materiais e elaborei o meu cerificador.



Uma meia alça que já tinha encostada, (era para fazer um capta-pólen) um prato de um vaso roubado a uma planta da Natália, uma peneira de rede fina e um vidro de um forno velho com a espessura de 5mm.



Foi só esperar que o sol apertasse e fizesse o seu trabalho.



Como era de esperar as impurezas ficaram retidas na peneira e a cera derretida desceu liquidificada para o recipiente na parte de baixo.



E o belo resultado, cera de abelha limpa de impurezas.



Fiquei então com uma certificadora, não homologada, nem registada, toda feita com materiais reciclados e reutilizáveis.
Um conselho, não toquem com as mãos na cera derretida e liquida, o resultado é um berro a alto e bom som.

segunda-feira, julho 20, 2009

Artista

Bem, quando se fala em artistas, há um que lhe faço uma vénia e tiro o chapéu à sua passagem, o meu amigo Zé, danado na arte do desenho. Disponibilizou o seu jeito e paciência para me ajudar a mudar a forma do apíario, embelezando-o à vista e alterando por completo a imagem que tinha. Um amontoado de caixas quadradas com vida, mas parecendo mais um bairro social, desta forma personalizo cada colmeia, com sorte e com desenhos feios pode ser que espante a varroa.
É de relevar também a sua grande ajuda no (pontapé) inicial para o rótulo do mel e pólen Ferradela, embora ainda esteja em esboço, conto em breve colá-lo nos frascos.
Quero convencê-lo a visitar o apíario, para que possa ver de perto a actividade apícola real, e que lhe dê o direito a comer mel Ferradela, hehe *que mau que sou :)



sábado, julho 18, 2009

O Tio Manel, já com alguma idade e com alguns problemas de saúde, abelhas com ele é desde jovem, uma paixão que transborda como em muitas outras pessoas, sabedoria e gosto pela arte, manuseio ímpar, feito à sua maneira, diferente de tudo e de todos, mas no final o mel lá escorre para dentro dos frascos.
Foi nas férias que lhe visitei as abelhas, só mantém algumas colmeias para matar o vício, sentir o zumbido e levar uma ou outra ferradela. Devido aos problemas que o impedem de ir mais além deposita um pouco de confiança no seu neto Diogo, numa expectativa de que o apíario venha a ser de novo a menina dos seus olhos.
Quero com isto dizer que a apicultura tradicional está a perder-se um pouco por todo o lado.
Gostava de ver o Diogo levar o apíario a jorrar litros de mel...

Visitante palmo e meio nº3

José Miguel, mais conhecido por Zé Miguel, seis anos, traquina em doses industriais. Com o consentimento da sua mãe, (Betina) decidimos ir visitar o apíario e mostrar-lhe na realidade o que são abelhas e como elas vivem.
Aproveitei que tinha de tirar umas ervas que teimam em crescer nas imediações das colmeias e, fui-lhe explicando as coisas, ele um pouco nervoso, sempre com o zumbido das meninas como companhia. A calma dele rápido passou quando lhe dei o fumigador para as mãos, lindo brinquedo lhe fui eu arranjar, parecia um índio, cada bufarada era acompanhada por uma gargalhada.
Durante a abertura de algumas colmeias tivemos pouca sorte, não conseguimos ver nenhuma rainha, nós gostamos da visita, a Natália e a Betina que ficaram longe, dizem que também gostaram (imagino), por fim o Zé Miguel deu uns belos mergulhos na piscina, já me disse que queria voltar ao apíario, falta saber se é pelas abelhas ou pela piscina.

quinta-feira, julho 02, 2009

Monte do Mel

Monte do Mel é:
É tudo o que queremos, é vida, é paz, é beleza, é tranquilidade, é abelhas, é mel, e do bom!
O contraste dos castanhos e dos verdes com o azul do céu e da água;
A brisa quente e suave;
O carinho acolhedor da recepção;
A saborosa carne assada com tempero alentejano, pena não conseguir comer mais!
O acentuado maduro tinto que a ajudava a empurrar;
É local de inspiração para poetas e pintores;
É onde todas as estrelas estão presentes no céu nocturno;
Onde os grilos substituem o buzinar dos carros;
Monte do Mel é sabedoria!
Quero ter um "Monte do Mel" para mim!!
É um local a voltar, mas com mais tempo

Amigo Pífano, Luísa, um muito obrigado da minha parte e da Natália
Ferradela espera-vos

quarta-feira, junho 17, 2009

Secador de Pólen

Este fim de semana, lá decidimos por a bendita máquina de secar pólen a trabalhar, depois de descongelado foi só colocá-lo nas gavetas e dar ao botão, mas nem tudo corria como previsto.
A temperatura em vez de manter teimava em descer, a debater o assunto com o vendedor parece ser uma má configuração naquilo que chamo excesso de funções. Um "rais parta" de um botão a dizer on e outro com a função de off era mais que suficiente, mas...
Que venha mais sol e tempo quente, vamos ver se não dou descanso à bendita.

Para a Urze

No apíario principal, tenho mais um enxame furioso para o néctar de Urze, é obséquio do Mestre Duarte, lá o colocou estrategicamente à sua maneira, eu após ter aberto a colmeia, com a curiosidade de observar o seu belo interior, deparei-me com a sua furiosidade, senti-me persona no grata, utilizei então a técnica do (Y) cinco quadros para um lado e outros cinco para o outro, quase toda a cera estava puxada e os quadros preenchidos, o que dificultou um pouco a distinção das faces da cera, durante o manuseio da colónia, senti por cima do fato uma ferradela no braço, foi na parte interna do bíceps, é uma zona mole, e causou uma certa dor, parece que a ferradela tinha sido com raiva e desprezo, sem protecção estava literalmente lixado, um punhado de abelhas, possivelmente jovens, voaram directamente contra a rede da viseira do fato, sentias embater com força, possivelmente atraídas pelo quente da minha respiração, uma coisa é certa, aquela colónia está bem protegida, aqueles caças não temem nada nem ninguém.

Para além do mel

Para além do mel, foi o tema que escolhi para narrar esta ilustração, árvores de fruto carregadas, é um saldo positivo, e são ganhos nas duas vertentes. O pomar é de perder de vista, tem uma vasta extensão, a qualidade das árvores de fruto é variada, mas em todas elas a imagem é a mesma, pernadas a apontar para o solo carregadas de fruta, a representar aquele ponto de rotura, mesmo antes de partir com o peso. Árvores sem qualquer tipo de tratamento, só com a poda de vez em quando, fazem com que a sua qualidade seja de todo superior.

Um especial agradecimento ao Sr. Manuel pelo espaço cedido.

Rainha com asa ratada

Numa visita ao apíario tentei e com sucesso ver a rainha de um dos últimos enxames apanhados, lá estava ela, irrequieta e movimentada, a dançar no belo do amarelo, no quase doce feito e sobre a sua pouco criação, faltava-lhe um pedaço da asa direita, acidente ou idade avançada, ou até ambos. Aquela "ferida" entristeceu-me. Enxame novo rainha velha, mas velha ao ponto de quase ter de usar uma prótese na asa, não aceito. Ainda antes de acabar o verão vou ter de a substituir, vai ser uma tarefa nova para mim, acredito que tudo vai correr pelo melhor.

quarta-feira, junho 03, 2009

Ao entardecer

Ontem ao entardecer, mais uma vez fui ao apíario, para de novo sentir o relaxar do momento, numa passagem de olhos rápida pelas colmeias, senti como algumas abelhas se aproximavam de mim para me cumprimentar, saudei-as com grande agrado e entusiasmo, recolhi o pólen, que rendeu pouco menos de 500 gramas, desbastei umas ervas em crescimento, vi os níveis de agua dos bebedouros, e não me resisti em abrir uma colmeia, mesmo com a cresta já feita à menos de 15 dias, já tinham quadros carregados de mel, isto é que é trabalhar...
O Sr. Manuel todo contente com a doçura do mel gabou-as de forma jubilosa, depois ainda me deu 4 pés de alface da sua horta, mas oh que alface, hehe, demos a tal letra do costume, e afirmou que quando se senta ao lado das colmeias para ver trabalhar as abelhas, diz que gostava de viver num pais com tais trabalhadores, dedicados e isentos de corrupção, num simples gesto de afirmação mostrei-lhe toda a minha igualdade e compreensão para com a sua frase.
Espero que o clima não mude para chuva, queria aproveitar este tempo seco para recolher mais algum pólen, já temos quase 45 quilos congelado e queria por o secador de pólen a funcionar.

domingo, maio 31, 2009

Serralves em festa

Na visita à Casa de Serralves, e aos seus belos jardins, senti-me atraído pela visão que tinha no fundo do meu horizonte, à medida que me ia aproximando sentia o agradável cheiro a mel, até que bem perto vi as quatro colmeias que formavam aquele pequeno e organizado apíario.
Regalei-me a ver aquelas abelhas a trabalhar, quem podia imaginar um apíario no coração de uma cidade, e ainda bem, as hortas e árvores de fruto estão bem entregues nas patas e asas daquele tão importante polinizador.
Creio que existe uma pequena oficina de demonstração para os mais novos, onde estes devem aprender algo sobre o verdadeiro fabrico do mel.

Quadros limpos de cera

Com a ajuda da água aquecida pelo sol, os restos de cera despegam-se facilmente dos quadros, ficamos com o material completamente limpo e pronto a ser de novo utilizado.
Sentado numa cadeira e debruçado sobre aquele malote de plástico, fui removendo e limpando quadro após quadro, a ranhura da superfície superior longitudinal é a zona com mais dificuldade, mas sai bem. Aproveitei e apanhei um pouco de sol.

quinta-feira, maio 28, 2009

Cera (restos)

Aproveitei terem dito que hoje era o dia mais quente do ano, e coloquei alguns quadros na água aquecida pelo sol, para assim derreter os pedaços de cera que ficaram pegados durante a cresta.
Num malote de plástico com água e com um vidro a cobrir, e é só esperar o resultado final.

segunda-feira, maio 25, 2009

Café com mel

Já tinha ouvido falar...
apeteceu-me provar...
e é recomendável.

À antiga

Eu e a Eila (minha nova prensa) tivemos o gosto de produzir um maravilhoso néctar, à moda antiga. Depois de desopercular a cera e de a separar dos quadros foi toda prensada, espremida até não dar mais gota de mel, entretanto já ouvi de tudo, o trabalho que vou ter em colocar de novo a cera, que a prensa não é a mais apropriada, o custo não compensa a cera perdida, bla bla bla, bla bla bla...
Uma coisa é certa e confirmada, para os não apreciadores de mel a distinção que ouvi é que é doce, :) para apreciadores e habituados referem que tem um paladar bem diferente, mais a saber a cera, é um mel não oxigenado, mais viscoso, mais refinado, é um mel à antiga, vou deliciar-me com ele até durar.
Os nossos pais e avós espremiam o mel até com as mãos, com a introdução de maquinaria no sector, foi-se perdendo esta prática, sou apologista de que se encontre no mercado dois tipos de mel, para aqueles que só o consomem quando constipados e sem querer saber da origem, e para os verdadeiros apreciadores de néctar, aqueles que o fazem pelo verdadeiro avaliar do paladar.

Macedo 23-05-2009

Macedo de Cavaleiros, carinhosa terra que tão bem nos soube acolher.
O primeiro aniversário do Forumeiros contou com um sem número de pessoas, aficcionados, profissionais, curiosos, amigos, espertos, novos, jovens e menos jovens, todos partilhava-mos a arte e o gosto pela apicultura.
A empresa situada na região, Macmel, que sabiamente apostou e acreditou nestas pessoas, estas que conseguiram levar o projecto avante.

Logo de manhã, mal raiou o sol, peguei no carro, tinha o Mestre Duarte e o primo Manel como companhia, Macedo era o destino. Lá, no encontro, foi um centro de aprendizagem, uma aula bem aprendida, um convívio, uma oportunidade, um local a voltar.

Tive a ilustre oportunidade de conhecer finalmente o Mestre Pífano, excelente pessoa, grande conhecedor da arte da apicultura, excêntrico, amigo do ambiente e das abelhas, grande orador com traquejo suficiente para encaixar as palavras certas diante de ouvidos mais ou menos cultos.

Durante o almoço senti-me tão pequenino ao ouvir conversas de outros apicultores "as minhas cento e tal colmeias no apiário (X)", " as minhas trezentas e tal colmeias não deram tanto mel este ano", para não desmoralizar pensei, bem, o que têm eles em colmeias tenho eu em mesmo número em abelhas.

Que o ano próximo nos traga outro aniversário, que uma chuva caia sobre Macedo e regue o rosmaninho que tanta falta faz ao sector.

quarta-feira, maio 20, 2009

Eila

Prensa:
Aperta... roda... desaperta... desenrosca... espreme...
Pronta para trabalhar.



Tenho pena de não ter sido via Beesiness

sexta-feira, maio 15, 2009

60 minutos de sabedoria

Um amigo especial, apiterapeuta de renome, Ernesto, fez chegar até mim um vídeo que é de todo uma obra prima, é um caminho que deve de ser tomado por todos os apicultores, inverter este processo de lucro desenfreado sem olhar às consequências.
O combate à varroa sem químicos e de forma natural, o bem estar da colmeia com abelhas tranquilas e satisfeitas, são algo que podemos aprender e praticar.
Nós, os apicultores, vivemos na "sombra", e ninguém se rala, nem querem saber quem trata da polinização que origina os alimentos que comemos no nosso dia a dia, não, eu não quero nenhuma medalha, tem gente muito mais capaz e dedicada que eu, o exemplo está nestes 60 minutos que vos convido a ver e a deliciar a alma com eles.

Pedi autorização aos autores para colocar o vídeo no blog, além de afirmativa, foi também satisfatória, deu para perceber perfeitamente que estão em luta, e que existe algo que tem de ser mudado.




Agradecimentos:

Ernesto, pela divulgação
Lucío Hernández, Pela autorização.
Stephan, Pela autorização e pela força ( "Solo luchando juntos lo conseguiermos.")

domingo, maio 10, 2009

A Saca-rolhas

Foi a saca-rolhas mas lá consegui tirar o Xico de casa, a Inês veio por simpatia, que no princípio estava um pouco reticente, mas no fim já sabia muito bem diferenciar a rainha de uma obreira, sobre mim caía uma saraivada de porquês, que atentamente ia respondendo como podia e conseguia.
O meu espanto foi quando ela quis ter uma abelha na mão, parecia tão corajosa e destemida, valeu-nos o provisório e doce temperamento das guerreiras, causado por valentes baforadas de fumo saídas do fumigador.
Parece-me que ficamos com mais uma adolescente admiradora de vedetas com duas asas, o Xico também ficou fascinado, e a Avó Júlia queria que três abelhas me ferrassem por não a ter levado também neste passeio com a neta ver as lindas voadoras.
É um universo em que toda a gente fica grata por poder conhecer mais sobre este misterioso e encantado mundo. Quando nos deixamos embalar pela sua história, pelos seus movimentos e comportamentos. A terapia apícola está num nível bem mais acima do explicável.



Não superou

A primeira colecta de pólen não superou as expectativas, a mais notável floração não a pude aproveitar por adversas razões, ou tínhamos chuva e mau tempo ou eu não estava disponível para o poder fazer, agora as árvores já apresentam fruto, a próxima floração será de flora silvestre, o que conferirá outras cores mais garridas ao conjunto de preciosos grãos.
Todo ele tem um paladar melífero, é bem agradável prová-lo assim ainda em fresco.

sexta-feira, maio 08, 2009

Dos pequeninos

Colmeia com tais dimensões, as abelhas no mínimo pareciam pombos, o ferrão seria à escala tamanho broca de vazar paredes, não obrigado!!, deixai-vos estar pequeninas, que assim tendes mais piada.
Como que por magia, entrei sem pagar bilhete, num tipo de, "Portugal dos Pequeninos", mas invertido, pois o minúsculo era eu, hilariante foi o pensamento anterior que me transportou para momentos de puro riso, o barulho das asas de um enxame igualava a concentração Motard de Faro, os pequenos grãos de pólen seriam transportados em mochilas,... não obrigado!!!, Deixai-vos estar pequeninas que sois mais maleáveis. E por ai fora fui acrescentando situações à escala real, a única que ganhava era na quantidade de mel, até me imaginei numa piscina a dar braçadas no peganhento e no doce, creio que foi a única vez que não me importei de beber um pirolito.

Acrescentar os parabéns pela vistosa maneira do fabricante, em trocar um símbolo pelas banais palavras que toda gente sabe ler.




Colmeia lusitana, é o meu modelo por eleição.

quinta-feira, maio 07, 2009

...mas...

Quase que corria tudo como planeado, o Xico foi convidado, mas desmarcou-se no ultimo momento, (medo de sei lá o quê) ops, não era para dizer, preferiu ficar confinado a quatro paredes com os seus bits e bytes a tentar violar sistemas e redes, (ops, não era para dizer)... enfim.
Desloquei-me ao fornecedor habitual, juntei mais um prazer, conduzir, fora dos semáforos, fora do pára arranca, a estrada é plana com curvas suaves, pouco acentuadas, no meu lado direito a visão sobre o Douro, o seu reflexo do sol encanta, com a mão de fora sentia o ar quente entre os dedos, sempre com uma velocidade dentro dos limites, parecia um instruendo da condução, não queria ficar de novo sem aquele documento que me permitia tal prazer dentro da lei.
Com as contas feitas, a minha apicultura está longe de ser auto-sustentável, mais um naco de notas mudaram de mão assim num ápice, Encontrei um Mestre, trocamos palavras de ordem e sorte para os apíarios de ambos, é sempre bom trocar experiências.
E por fim lá estava eu no reino dos invertebrados, pouco tempo depois desliguei a ficha que me liga à realidade, entrei no mundo das abelhas, ouvimos Faith no More, e todos dançamos e cambaleamos ao som da música, elas pareciam gostar, ainda pensei que as abelhas eram roqueiras, terminei todas as tarefas a que me tinha proposto, embora tenha deixado ficar as novas colmeias ligeiramente inclinadas para a frente, ficaram protegidas das formigas, era o mais importante.
Coloquei a rede nos capta-pólen, já se habituaram aquele extra, em cinco minutos já se via grãos na gavetinha.
Consegui ver uma rainha que andava sobre os favos ás voltas e contra voltas, a cera estava pouco puxada, ainda tinha pouco alvéolos formados, deveria de andar a ver de sitio para a postura.
Dentro em breve terei que crestar o mel, e talvez terei uma segunda cresta.
Ainda não consegui ter um "desvio" para uma explanada, uma noite de "copos" ou emprego que consiga igual tal preenchimento da alma...mas...

terça-feira, maio 05, 2009

Mas...

Amanhã, com o raiar do dia, conto passar algum tempo no apíario junto das minhas belas listadas meninas, descomprimir de uma ou outra situação, absorver a sua terapêutica força positiva, vou inspeccionar as suas reservas de ouro líquido, puro e saudável, verei se já está pronto para crestar, observarei alguns dos seus mais pedagógicos comportamentos, não me importarei sem dúvida de uma ou outra ferradela, que o seu saudável veneno percorra o meu corpo de forma penosa e electrizante.
Deixarei entrar nos meus pulmões o ar puro, e o agradável aroma das mesmas plantas em que elas poisam, e que sabiamente polinizam e onde recolhem o precioso e fundamental néctar.
Compartilhamos a mesma cumplicidade, decerto que já me devem de conhecer pelas feições do rosto, e pelos actos dos meus comportamentos apícolas.
O dia promete sol e calor, o que a sua actividade será excessiva, não me renderei no abafo do fato de protecção.
Já que disponho de tempo tentarei contemplar-me com a rara visão sobre uma nobre rainha, tímidas por certo, mas sou obstinado, então observarei o seu belo e esguio físico e o seu andar vaidoso sobre o doce do seu reino.
Não passa de um querer, temos sempre contratempos e algo que nos desfaz os planos, mas...

sexta-feira, maio 01, 2009

Capta-Pólen

O tempo parece que já vai melhorar, sol e calor é o que nós queremos, optei então para colocar dois capta-pólen em duas colmeias de população enfurecida, as meninas precisam de se habituar ao novo extra nas suas habitações, (é tipo uma varanda para elas), só depois de uns dias de experiência com o novo acessório é que vou colocar a rede e retirar algum pólen.

Para os colocar nas colmeias tive de as reter no interior, enquanto martelava os pregos de fixação, mal as soltei pareciam o diabo em fúria, mesmo com o fato vestido senti ferradelas sobre a roupa.





Passei esta tarde pela Apinor, falei com a Dona Fátima, que me deu um inquérito de um estudo da Universidade Católica para preencher, creio que todas as associações dispõem deste formulário, quem o quiser preencher é dirigir-se à associação mais próxima.

Aumento da Família

Mais dois novos enxames fazem parte da família, o Sr. Manuel com o seu jeito e dedicação teve a hombridade de me avisar, embora um tenha sido ele a apanhá-lo, muito se diverte ele com as abelhas.
Mesmo com o dia de chuva as abelhas enxamearam, espectáculo, um enxame poisou numa ramada de uma Japoneira, o outro poisou num arbusto de jardim, foi já no final do dia que me pude deslocar ao local, e mesmo abanando o arbusto não conseguia ver as meninas, não se mexiam por nada, até que por fim, afastadas umas folhas lá estava a pinha de abelhas juntinhas umas às outras como se estivessem protegendo do frio.

Já no núcleo pude observar com mais atenção o comportamento de bater frenético das asas, descrito anteriormente pelo Mestre Pifano, a maneira de usarem a Glândula de Nasonoff, não podia ter nada a ver com a ventilação, pois o núcleo estava aberto e elas estavam mesmo na parte de cima dos quadros.

O outro enxame por ter uma população bastante grande decidi colocá-lo directamente numa colmeia.
O tempo passava e a escuridão tomava conta do local, ficou o trabalho a meio, vou precisar de protege-las também das formigas.





terça-feira, abril 21, 2009

Grande Plano


(Foto by Google.us)

Comportamentos

Já várias vezes tinha assistido a este comportamento, mas nunca o tinha registado.
Algumas abelhas à entrada da colmeia, com o abdómen todo virado para cima e as asas num bater frenético e com uma pujança invulgar, o movimento é de tal ordem rápido que até lhes causa o desequilíbro, ficam estáticas viradas para a entrada da colmeia com o turbo ligado, toquei-lhes e pareciam não se incomodar.
Poderia dizer que estavam a comunicar com as que estavam fora, que ali era a nova casa, ou podiam estar a evitar que as de dentro saíssem.
Fiquei bastante intrigado, peço a quem saiba ou desconfie que comente.
Obrigado.

Bis

Quando o telemóvel toca e o posso atender costumam ser sempre boas noticias, e desta vez não fugiu à regra, um novo enxame apareceu no local e não é dos meus, diz a sabedoria popular que quando os enxames saem vão em direcção ao nascente. Pois além de uma vista rápida pelas colmeias, tudo estava populoso, e o enxame estava na direcção do poente, mas pronto já está num núcleo e isso é o que importa, deve de haver mais abelhas lá pela zona e tal ...
O Sr. Manuel gostou de o apanhar para um cortiço, só tive de o meter no núcleo. O local além de ser bom na flora dá também abelhas," :) " é um sítio a preservar.

sexta-feira, abril 17, 2009

Anda de lá Sol

No apiário principal o Mestre-Duarte prepara-se para a primeira colecta de pólen, mas o tempo não está nada favorável, vento, frio, chuva, irra que já chega, neve na Páscoa?! Onde é que isto já se viu? O clima está tão alterado, que qualquer dia tenho de pôr as colmeias dentro de estufas!

Finalmente vi o secador de pólen, é todo porreiro, após o ligar carreguei logo nos botões todos para descobrir as funções, entendi-me bem com ele, só me falta a função do temporizador, o Fernando no seu silêncio perguntava o porquê de não ler as instruções.

Que a intempérie de Abril acabe depressa, que o sol raie os campos, e que o gado do vento zuna nas encostas.

Depois da Ferradela a Paixão

Madalena, cinco anos, e já tem um apiário, (pelo menos no papel).
Depois de visitar o meu apiário, levando uma Ferradela nesse dia, ganhou um pouco mais de confiança com as abelhas, já em casa, desenhou o que lhe ia na alma, e disse à mãe para mandar para o Ti-Mário.
Na família tens muitas abelhas, mas tinhas de engraçar com as minhas, sou um Tio babado, pois espero que não percas, e redobres a vontade do conhecimento para com elas, para em breve poder ajudar-te com todo o meu gosto na tua própria cresta.


(By Madalena)*****

Apiário do Primo Manel

O primo Manel, aficionado pelas ferradelas, é daqueles que pouco se importa, desde que não inche...
Foi desenvolvendo ás suas custas a técnica de desdobramento, e de duas colmeias dadas pelo Mestre Duarte criou o seu próprio apiário, conseguimos convence-lo a recolher algum pólen, já colocou dois capta pólen á espera de dias secos para fazer depois a colecta.
Queríamos ver a nova Abelholândia, "É lá depois da (tal) curva", disse ele, maldita curva, galgamos e galgamos montes e o apiário não aparecia, abelhas nem vê-las, nem com dois batedores locais conseguíamos dar com aquilo, o Zé dizia "Deve de ser ali, aquele terreno também é dele", até que por fim o Fernando lhes viu os telhados, mais um pouco e desistíamos.
O local é tranquilo, longe de olhares, água e flora abundante, resguardado dos ventos, é um lugar prometedor.
Primo Manel, venha de lá esse Mel!

sexta-feira, abril 03, 2009

"Quero ter asas para não voar"

Tu que voas com destino

produzes com maestria
cuidas da tua cria
quando avisas causas pavor
quando ferras uma certa dor
uma incógnita o processo
e eu não sei responder
oxalá tivesse regresso
e não te ver morrer

tu que voas com destino
e quando aguardo o teu voltar
carregada de néctar ou pólen
adoro ver-te pousar
comunicas com as asas
tudo o que é essencial
alguns zuns já eu entendo
pena é não te poder falar
quero ter um par de asas!
mas não é para voar
é para que vejas que sou amigo
e contigo dialogar

tu que voas com destino
poisada tens o mesmo tino
arquitecta de nascença
o escuro não te incomoda
com milénios de existência
e nem assim passas de moda
teu pijama iguala o sol
nem o tiras para trabalhar
com as riscas cor da terra
fica-te bem ao voar
és música nos meus ouvidos
gosto de te ouvir cantar
dás-me um doce no paladar
fera, continua a voar
nasces livre mas com regras
nada tens a temer
fazes jus tua justiça
és guerreira até morrer

Tu, que voas, com destino...

quarta-feira, abril 01, 2009

Transferência

Já vai sendo habito aparecer em publico com a cara desfigurada, (como se eu me importasse) a causa é as ferradelas das assanhadas e turbinadas abelhas, ou é uma orelha maior que a outra, ou o nariz tamanho batata, ou é as vistas inchadas, ou cabeça cheia de altos, e só estou a falar da zona da cabeça. Quem me conhece e sabe que tenho abelhas, solta sempre a piadinha do costume, quem ainda não tem confiança para tal, simplesmente liberta um sorriso, o que acho mais engraçado é com os desconhecidos, que num flash-back redobram o olhar (imagino o que lhes vai no pensamento).

Combinei com o Sr. Manuel bem cedo para mudarmos as abelhas do cortiço para uma colmeia, cheguei atrasado ao apiário, o Sr. Manuel teve que ir embora, tive então que fazer a transferência sozinho, mas com a ajuda do fumigador foi tudo fácil.

Aproveitei que ali estava e foi mais uma meia-alça colocada numa colmeia, numa outra coloquei então um extractor de própolis. De resto, tudo normal e a frenética actividade do costume. Esqueci-me de fazer o registo da temperatura, mas estava ameno, as ferradelas, bem, essas foram quatro, o que muito contribui para o descrito no inicio do post.
Quando cheguei a casa besuntei-me com uma pomada que a Natália amavelmente comprou numa farmácia.

segunda-feira, março 30, 2009

Novo, enxame, novo

A caminho do trabalho para mais um fatigante e rotineiro turno, o colega Victor fazia tocar o meu telemóvel, a noticia era que tinha saído um enxame, senti alguma pena e desaire, pois não o poderia apanhar, a não ser que ainda lá estivesse no dia seguinte, simplesmente tudo se inverteu, ele ficou disposto a assegurar-me o serviço, eu que fosse descansado e que apanhasse as feras, o seu pai Sr. Manuel, tinha já um cortiço restaurado e pronto para ser utilizado, inverti a marcha e busquei uma estrada mais directa.
Já no local aquela barba de abelhas poisada na sombra de uma ameixoeira que facilmente as coloquei dentro do cortiço com a ajuda de um banco, uma serra e umas sacudidelas, uma ferradela mesmo na ponta do nariz, foi o cumprimento do dia, senti uma dor aguda e intensa, por ter as mãos ocupadas demorei a retirar o ferrão, devo de ter absorvido toda aquela porção de apitoxina. Minha bela guerreira, bem sei que faleceste no comprimento do dever, o certo é que não te livraste de uns quantos nomes impróprios causados pela reacção do momento.
As feras rapidamente e sem cerimonias aceitaram o novo lar, vivem agora de novo naquele belo complexo habitacional, aquele belo conjunto de moradias de madeira multicolor, a rapidez da actuação foi tanta que devo de ter tirado a fuligem do cano de escape, e a chegada ao posto de trabalho teve apenas quinze minutos de atraso, foi o primeiro enxame do ano, é de tamanho médio, mas abelhas são sempre abelhas.





sexta-feira, março 27, 2009

Abelholândia

É de espantar a forma como um enxame recolhido em estado selvagem, o enxame esteve mais para lá que para cá, teve a supervisão do Mestre Duarte durante bastante tempo, este enxame sofreu e sofreu, o Mestre chegou a meter um quadro com criação, caso não o tivesse feito teria morrido, foram nove meses de soberba sobrevivência, um inverno rigoroso e uma grande ausência de floração, encafuadas num núcleo de cinco quadros com alguma cera pura, cheguei a temer o pior, ainda hoje quando falo nele, o Mestre Duarte solta uma gargalhada, só ele sabe os cuidados e trabalhos que passou com ele.
Hoje tem uma densidade populacional acima do normal, levou com meia alça sobre o ninho, aproveitei um quadro com uma realeira que coloquei numa colmeia que encontrei orfã, da mesma maneira que sobreviveu ajuda agora a sobreviver.
O amigo Zé, que no ano passado me disse onde o enxame estava, vai gostar de o ver agora, forte e saudável, feroz e assanhado, o resultado foi oito ferradelas, a que já começo a estar habituado e ao meu colega Vítor duas, para se começar a habituar.
Coloquei mais uma meia alça numa outra colónia, a alça que estava já completa de mel, ficou na parte de cima e a nova mais perto do ninho, teoria facultada pelo Mestre Pifano e recomendada pelo Mestre Duarte.
A temperatura era de 23 Graus, mas com tendência a descer este fim de semana acompanhado de ventos.


segunda-feira, março 23, 2009

Ferateam

Recebi este fim de semana a nobre visita da equipa Ferateam, e claro, a visita pelo apiário foi obrigatória. Eu e o Fernando vestimos os fatos de protecção e respectivas máscaras, as mulheres lá atrás de um arbusto mandavam as bocas do costume, "fraquitos, fato? isso é para quem não percebe de abelhas", entre outras que agora não me lembro bem. Fiquei contente quando abri a colmeia mais forte do grupo, e vi que já tinha a cera toda puxada numa alça com uma semana e já tinha algum mel no interior, como não usamos fumo o gado ficou bravo num ápice, e aquelas pequenas guerreiras por natureza ligaram o turbo nas suas pequenas asas, bastou uns segundos e vi as mulheres, que outrora apregoavam bocas infelizes, a correr ladeira abaixo em direcção ao portão, a Natália foi ferrada na cara, a Vera na cabeça e a pobre Madalena de apenas cinco anos levou também uma ferradela na testa, a bravura das abelhas era tanta que até mesmo por cima do fato senti uma picada no braço, o Fernando não sei o porquê de ter sido poupado e ainda bem, foi menos uma abelha que morreu.
O Sr. Manuel está em restauro de um velho cortiço e de uma colmeia, está a espera que alguma enxameie, para assim não deixar fugir o enxame, mas como não tenho visto realeiras, o melhor é fazer um desdobramento.
Os 27 graus de temperatura ajudaram e muito, vem aí agora umas chuvadas, se forem poucas nem me importo.
Para breve terei de colocar mais uma alça em cada colmeia, em princípio vou utilizar a técnica do Mestre Pifano, a primeira alça fica sempre para cima e a última mais chegada ao ninho.


(Foto by Natália)

sexta-feira, março 13, 2009

Mais uma tarde bem passada

Senti esta tarde as primeiras gotas de suor, o calor apertava, parecia um dia de verão, nem uma brisa se fazia sentir, abri as colmeias para ver o desenvolvimento, espectáculo, maravilha, tudo dentro do normal, as meninas começaram a puxar os favos da cera das meias alças que tinha colocado na semana passada, já se notava o relevo do aumento nas folhas de cera moldada amarela e perfumada pelo seu aroma natural. Numa colmeia consegui ver a rainha que rapidamente se uniu sem combinação naquele transito infernal, naquela mistura de patas e asas e num instante deixei de a ver, será tímida(?) Fiquei contente, e como não as tenho marcadas só de longe a longe é que me regalo com a sua pose esguia e esbelta. Até estou a imaginar o dialogo entre elas "já cá esta outra vez o gajo, fonix, vai para as esplanadas e deixa-nos em paz", mas eu como não as compreendo, não consigo decifrar os seus zumbidos nem entendo muito bem da dança das abelhas, faço de conta que nem ouvi nenhum zumbido sequer.
O som do colectivo é de todo terapêutico... será que sofro de abelhomania?
O Sr. Manuel, hoje um pouco mais ocupado com as suas lidas, não me pode acompanhar no apiário, falta saber se para evitar uma ferradela ou não, ainda demos duas de letra como de costume, é de louvar a sua sempre presente boa disposição.



Para registo, a temperatura era de 26 graus, e a floração abundante.



Mas nem tudo são boas noticias, antes do jantar falei com o Mestre Duarte ao telefone que me comunicou que no apiário principal tinha encontrado uma colmeia morta e uma outra estava orfã e com poucas abelhas, este inverno foi bastante agreste, muito mais que em anos anteriores, e no apiário principal a floração ainda vai pelo inicio, quando são muitas colmeias fica sempre uma ou outra para tras, agora é esperar pelo desabrochar da flor.